Trump restringe entrada para quem esteve no Brasil
O presidente norte-americano, Donald Trump, oficializou neste domingo (24) que vai proibir a entrada nos Estados Unidos de pessoas que estiveram no Brasil nos últimos 14 dias.
Em nota enviada pela Casa Branca, Trump informa que o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) determinou que o Brasil está " experienciando uma transmissão generalizada e contínua de pessoa a pessoa" do novo coronavírus. Segundo ele, o potencial de transmissão não detectada do vírus por passageiros vindos do país "ameaça a segurança do sistema de infraestrutura de transportes e a segurança nacional" norte-americana.
O presidente dos EUA diz ainda que o livre fluxo de comércio entre os dois países "continua sendo uma prioridade econômica para os Estados Unidos" e que ele continua comprometido em facilitar as transações.
Mais cedo, o conselheiro de segurança da administração americana, Robert O’Brien, havia dito em entrevista à rede americana CBS que o governo americano faria o anúncio ainda neste domingo. Segundo ele, funcionários da Casa Branca "esperam que [o bloqueio] seja temporário".
Desde o início da pandemia, o governo americano já baniu voos vindos de mais de 30 países.
Na última semana Trump já havia levantado essa hipótese e dito que se preocupava que os norte-americanos fossem infectados por passageiros vindos do Brasil.
“Eu me preocupo com tudo, eu não quero as pessoas vindo aqui e infectando nosso povo. O Brasil está tendo problemas, não há dúvidas sobre isso”, afirmou.
O Brasil se tornou o segundo país com maior número de casos confirmados da doença no mundo, enquanto os EUA seguem sendo o epicentro da pandemia, com mais de 1,6 milhão de casos.
Fronteiras
A fronteira dos Estados Unidos com o Canadá vai ficar fechada por mais 30 dias - até o 21 de junho - para viagens não essenciais. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, classificou a ligação terrestre com o país que é o epicentro da pandemia no mundo, como um “ponto de vulnerabilidade”.
"Sabemos que precisamos fazer mais para garantir que os viajantes que retornam do exterior ou dos Estados Unidos, incluindo canadenses, estejam sendo acompanhados adequadamente, estejam adequadamente isolados e não se tornem vetores adicionais para a disseminação do Covid-19”, defendeu Trudeau.
O primeiro-ministro anunciou na terça-feira (19) a ampliação do fechamento da fronteira que teve início em março e repetiu que medidas mais fortes podem ser adotadas, como exigir quarentena, exames médicos e rastreamento para quem entra no Canadá, incluindo americanos.
A diretora de saúde pública do Canadá, Dra. Theresa Tam, disse que a única coisa que permite ao Canadá gerenciar essa primeira onda da doença é o fato de que viajantes internacionais foram proibidos e que canadenses e residentes canadenses que retornaram ficaram em quarentena por duas semanas.
"Queremos garantir que não apenas continuemos, mas talvez iremos fortalecer algumas dessas medidas. A quarentena obrigatória de 14 dias das pessoas que entram continua sendo uma pedra angular”, garantiu Tam. O Canadá tem mais de 79 mil casos de coronavírus e pelo menos 5.960 mortes provocadas pela doença.
Desde o início da pandemia, os Estados Unidos já suspenderam voos vindos da China, do Irã, da Europa, Reino Unido e Irlanda. O governo americano também restringiu o trânsito de pessoas na fronteira sul, com o México.
Um porta-voz do Departamento de Segurança disse à CNN que “os Estados Unidos apreciam muito os esforços de nossos parceiros no Canadá e no México para garantir que a América do Norte esteja trabalhando em conjunto para combater a pandemia causada pelo novo coronavírus".
Da CNN, em São Paulo
24 de maio de 2020 às 18:24 | atualizado 24 de maio de 2020 às 19:32